É bom saber que ainda podemos ser amigos, dividir histórias, jantares e até algumas confissões. Ainda estranho o fato de não nos beijarmos nas despedidas, de não sentir a sua mão acariciando a minha perna enquanto dirige e de não conseguir decodificar o que se passa na sua mente e no seu coração quando passamos por essas situações que de tão comum chegava a ser banal...
Banal? Sim, para mim aquilo que agora eu sinto falta era tão mecânico que não havia significado algum. Não brotava a vontade de te abraçar, de te beijar, de me entregar...
Talvez, todos aqueles sentimentos ruins das nossas (das suas...) brigas foram ofuscando o amor que existia entre nós. Talvez esse amor esteja apenas adormecido. Talvez esse amor nunca houvesse existido...
Estranho também são os sentimentos que agora me rodeiam. A atração por outras pessoas foi embora. A vontade de conhecer o mundo, de dançar a noite toda, de me embebedar e de pegar um cinema estão cada vez mais frios. Tenho medo da possível chegada de outras pessoas em nossos corações. Não sei como iria reagir com você caso eu encontrasse um novo amor e não quero nem imaginar como seria você com um novo amor.
Esses dias a sua presença, as nossas conversas e as nossas gentilezas tem me confortado. Ver novamente o rosto das pessoas que faziam parte da nossa rotina tem me confortado. E perceber que apesar de todos os seus defeitos ainda existe uma boa pessoa tem me confortado.
Gosto de ser sua amiga mas também gostava de ser aquela sua namorada que tinha um companheiro que a levava para desbravar o mundo e que levava alegria para onde passasse.
Mas os ventos mudam de direção, o tempo todo. E como na música não quero distrair a verdade e enganar o coração.
A única certeza é que quero sentir as borboletas novamente no meu estômago e quando isso acontecer, vou saber que é o momento certo.